Jaguatirica resgatada no Pará vivia como pet
- Nenhum comentário
- Destaques
O Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) resgatou uma jaguatirica mantida ilegalmente em cativeiro na zona rural de Uruará, no sudoeste do Pará. A ação ocorreu após denúncia de que a influenciadora digital Luciene Cândido, dona da propriedade, usava imagens do animal para monetização nas redes sociais. A operação revelou não apenas o uso indevido de um animal silvestre para fins lucrativos, mas também uma série de condições inadequadas para sua saúde e bem-estar.
Durante a fiscalização, os agentes encontraram a jaguatirica, apelidada de Pituca, em cima de um guarda-roupa dentro da residência. O felino circulava livremente pela casa, tendo contato direto com cães, gatos, galinhas e até um cavalo, além de frequentar áreas onde eram armazenados herbicidas. Tais fatores colocavam a vida do animal em risco, segundo relatório do Ibama. A presença de cães com sinais de leishmaniose, uma doença grave e transmissível a felinos e humanos.
Exposição indevida e riscos à fauna silvestre
Nas redes sociais, Luciene acumulava mais de 300 mil seguidores no Facebook e TikTok. Em vídeos que somavam milhões de curtidas, ela exibia a jaguatirica em cenas que simulavam a convivência doméstica comum entre humanos e pets. As imagens mostravam o felino deitado na cama, sendo alimentado com dieta inadequada e interagindo com animais domésticos, o que contraria as normas de preservação da fauna brasileira.
A influenciadora foi autuada em R$ 10 mil por infração ambiental, conforme determina a Lei de Crimes Ambientais. Além disso, foi notificada a remover imediatamente todo o conteúdo envolvendo o animal das redes sociais, sob pena de multa diária. Em sua defesa, Luciene alegou ter salvado a vida da jaguatirica ainda filhote e afirmou não ter capturado o animal diretamente da natureza, embora não possuísse autorização legal para mantê-lo.
Reabilitação e retorno à natureza
Após o resgate, o animal foi encaminhado ao Centro de Triagem de Animais Silvestres (Cetas), onde passará por um processo de reabilitação. A expectativa é que, ao fim do tratamento, a jaguatirica seja reintegrada ao seu habitat natural. Segundo o superintendente do Ibama no Pará, Alex Lacerda de Souza, manter animais silvestres em cativeiro, além de ilegal, compromete os esforços de conservação da biodiversidade.
“Animais como a jaguatirica têm papel essencial nos ecossistemas e devem permanecer na natureza. O contato com humanos e animais domésticos desrespeita sua natureza e ameaça sua sobrevivência”, destacou Lacerda.
Veja também:
CFEM impulsiona Canaã como líder em royalties
Monte Verde: conheça o charme de Minas Gerais