Nana Caymmi morre aos 84 por overdose de opioides
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Nana Caymmi morre aos 84 anos por overdose de opioides
O Brasil se despediu, nesta quinta-feira (1º), de uma das maiores vozes da sua música popular: Nana Caymmi morreu aos 84 anos, vítima de uma overdose de opioides. O irmão da cantora, o também músico Danilo Caymmi, confirmou a causa da morte em entrevista ao jornal O Globo. A notícia comoveu fãs, artistas e personalidades da cultura brasileira, que prestaram homenagens à artista durante o velório realizado no Theatro Municipal do Rio de Janeiro.
Segundo Danilo, Nana Caymmi enfrentava momentos difíceis de saúde e fazia uso de medicamentos opioides, potentes analgésicos utilizados no tratamento da dor. Uma dosagem mal administrada desses fármacos pode levar à depressão respiratória, condição fatal quando não há intervenção imediata.
O risco invisível dos opioides
A overdose de opioides ocorre quando essas substâncias suprimem severamente a função respiratória. De acordo com a Cleveland Clinic, esse efeito compromete o centro respiratório do cérebro, tornando a respiração lenta, fraca ou ausente.
Medicamentos como morfina, fentanil e tramadol, quando utilizados sem controle rígido, podem provocar colapsos rápidos, mesmo entre usuários regulares. Entre os sintomas estão sonolência extrema, lábios azulados, pele fria, confusão mental e corpo sem resposta. A Organização Mundial da Saúde (OMS) alerta que a administração de naloxona, um antídoto específico pode reverter esses efeitos, desde que aplicada rapidamente.
Uma trajetória marcada por força e autenticidade
Danilo Caymmi lembrou a irmã como uma “lutadora incansável”. Em entrevista à CNN, ele recordou que Nana Caymmi viveu na Venezuela, enfrentou um casamento difícil e criou sozinha seu filho. Apesar dos obstáculos, construiu uma carreira sólida, marcada por interpretações intensas e personalidade forte.
Famosa por canções como “Resposta ao Tempo”, “Não Se Esqueça de Mim” e “Suave Veneno”, Nana também se destacou por declarações firmes e um temperamento autêntico. “Era o jeito dela de afirmar sua presença em um mundo dominado por homens”, disse Danilo.
O corpo da cantora foi velado no Theatro Municipal até o meio-dia desta sexta-feira (2) e sepultado às 14h no Cemitério São João Batista, em Botafogo. A despedida foi acompanhada por familiares, amigos e admiradores. O Brasil perde uma voz marcante, mas o legado de Nana Caymmi permanecerá vivo em sua arte e na memória de gerações.