Os Últimos dias de Hitler
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O fim anunciado de um dos maiores responsáveis pela tragédia europeia
O nome Adolf Hitler ecoa na memória do mundo ligado ao terror, ao Holocausto e à destruição da Segunda Guerra Mundial. Exatamente há 80 anos, em um bunker no coração de Berlim, Hitler protagonizava sua saída de cena e definia o desfecho trágico de seu regime, optando pelo suicídio diante da derrota iminente.
Na tarde de 30 de abril de 1945, enquanto a capital do Terceiro Reich era tomada pelas tropas soviéticas, Hitler já não encontrava qualquer possibilidade de fuga ou resistência efetiva. Desde janeiro daquele ano, ele e seu círculo mais próximo se haviam refugiado no Führerbunker, um complexo subterrâneo construído sob a Chancelaria do Reich. Ali, isolado do mundo e pressionado pelas notícias da aproximação do Exército Vermelho, Hitler reconhecia o fim de seu império de horror. Com ele, estavam sua companheira Eva Braun, altos oficiais e poucas testemunhas do colapso final nazista.
As últimas decisões e o suicídio teatral
Convencido de que não haveria escapatória, Hitler dedicou seus derradeiros dias à burocracia do próprio fim. Em 29 de abril de 1945, casou-se com Eva Braun numa cerimônia civil dentro do bunker. Pouco depois, ditou seu testamento pessoal e político, destituindo Hermann Göring e nomeando Karl Dönitz como seu sucessor à frente da Alemanha e Joseph Goebbels como chanceler.
A execução do plano de morte ganhou urgência quando Hitler soube da captura e execução de Benito Mussolini, líder fascista italiano, em 28 de abril. A imagem humilhante do corpo de Mussolini exposto em praça pública foi decisiva para que Hitler planejasse um fim “teatral”, mas sem exposição, segundo relatos históricos, como o do professor Francisco Carlos Teixeira da Silva, da UFRJ.
Na manhã de 30 de abril, com a guerra perdida e o bunker cercado, Hitler e Eva Braun recolheram-se a seus aposentos. Juntos, ingeriram cápsulas de cianeto. Hitler ainda disparou um tiro contra a própria cabeça, evitando que seu corpo caísse nas mãos dos inimigos. Logo após, seus auxiliares transportaram os corpos para uma vala, onde foram queimados com gasolina – em uma tentativa final de desaparecer com o Führer.
A notícia da morte se espalhou rapidamente entre os sobreviventes do bunker: “Der Chef ist tot”. A debandada foi imediata. Joseph Goebbels e sua mulher, Magda, também tiraram a vida e a dos próprios filhos no dia seguinte, consolidando o ambiente de desespero dos últimos fiéis do regime.
O impacto do fim de Hitler
A morte de Hitler simbolizou o definitivo colapso do Terceiro Reich. Dois dias depois, Berlim já estava integralmente sob controle soviético, e, em 8 de maio, a rendição alemã consumou o fim da guerra na Europa. Os soviéticos localizaram restos mortais no bunker e apenas décadas depois se tornou público que materiais dentários comprovaram a identidade do ditador, pondo fim a rumores de fuga. Os aliados, em especial os britânicos, divulgaram rapidamente as conclusões de suas investigações, estabelecendo a versão aceita pela história.
Apesar das provas e dos documentos, teorias conspiratórias continuaram surgindo ao longo dos anos, turbinadas pelo sigilo soviético e pela ausência de imagens públicas do corpo. Para o historiador Teixeira da Silva, elas carecem de base factual e foram alimentadas pelo contexto de Guerra Fria.
Passadas oito décadas, a queda do tirano e seu suicídio no bunker marcam não apenas o fim de uma era, mas também o início de um novo tempo para a Alemanha e para a Europa.
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