‘A Mulher de Bath’, de Maitê Proença, decepciona em Parauapebas


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Casa vazia pode ter dado prejuízo

Mesmo se esforçando para ser simpática diante do desconforto de apresentar um prólogo em ambiente sem a mínima estrutura para tal, Maitê Proença não conseguia esconder a decepção imposta pela falta de recursos na casa de show Bahamas, onde apresentou o monólogo “A Mulher de Bath” na última quinta-feira (8), em Parauapebas. Já no início do evento, exposto para não mais que 150 pessoas, revelou ser a primeira vez em que realizava a apresentação numa casa de shows, citando impossibilidades como ampliar a interação com o público, andando entre a platéia. “Não tem uma escada aqui. Se pular [do palco] o show acaba”, disparou.

O fator mais decepcionante da noite foi evidenciado pela impossibilidade de ouvir a exposição. O posicionamento dos microfones e das caixas de som impedia a elevação do volume, sob pena de desconfortáveis ruídos provocados por microfonia, além disso o ronco do ar condicionado e de pessoas conversando ampliavam a dificuldade em ouvir algo. A entrada do público no Bahamas foi inclusive adiada ao limite do horário, a fim de tentar encontrar uma solução para a sonora, mas não rolou. Os pagantes dos ingressos, vendidos a R$ 60,00, tiveram que se contentar – ou não! – em assistir a encenação sem entender tudo que era dito, enquanto tentavam buscar posição antálgica em cadeiras desconfortáveis.

Alguns cogitaram uma fuga gastronômica para o fiasco. Não se espera encontrar restaurante aberto em teatro, mas como o ambiente era outro, tinha bar e restaurante funcionando, para suposto conforto da clientela. O advogado Alípio Mário Ribeiro, em crítica publicada em rede social, descreveu: “Pedi um whisky que disseram ser Jhonnie Walker. Horroroso, amargo, desceu queimando até os cabelos da unha. Pedi uma porção de batata frita com carne de sol. Armaria! Sangue de Jesus na causa! Trouxeram umas coisas cheias de gordura preta e com gosto tão ruim que o sinto na boca até agora. Tentei secar o óleo escuro das batatas. Um pacote de guardanapos depois, eu consegui sujar as mãos, a roupa e tive a impressão que, como Jesus no deserto, o óleo diesel tinha se multiplicado no prato! A carne que era para ser de sol, era de sal! Só de ver, minha pressão subiu!”

‘A Mulher de Bath’ é uma adaptação da obra do inglês Geoffrey Chaucer (1343-1400). Maitê Proença apresenta o monólogo medieval dirigido por Amir Haddad, tendo participação especial, no mais puro sentido de ‘faz tudo’, de Alessandro Persan, o qual é sonoplasta, músico, ator coadjuvante em escassos trechos e contrarregra.

Alessandro Persan faz interação em alguns trechos com Maitê Proença

A narrativa descreve a história de uma viúva, que já teria enterrado cinco maridos e está à procura do sexto. A viúva, fogosa, se empenha em manter ativa a vida sexual, mas vive conflito religioso em função de ser o sexo um ato pecaminoso, quando praticado fora do casamento. Os sucessivos matrimônios provavelmente se dão em função do rigor da religião.

A encenação, com aproximadamente 70 minutos, se torna cansativa e não é possível opinar se a escassez de risos do público foi em função da própria trama ou por não ouvir o que era apresentado.

Veredicto: Apesar das reconhecidas e premiadas qualidades de Maitê Proença como atriz, os recursos utilizados em Parauapebas prejudicaram o monólogo. Ainda assim a crítica nacional já considera “A Mulher de Bath” uma obra teatral ruim, mas no município o prólogo não só decepcionou, como também não valeu o preço. Se apresentado em outro ambiente, como o Cineteatro de Carajás ou no Centro Cultural de Parauapebas, inaugurado, mas ainda sem eventos em exposição, provavelmente a experiência seria outra.


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