Alunos de Parauapebas produzem curta metragem sobre Serra Pelada


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Alunos de Parauapebas produzem curta metragem sobre Serra Pelada

A produção audiovisual traz fascínio, provoca encantamento, pode intervir na construção da visão de mundo e contribuir com o processo de ensino e aprendizagem. Uma iniciativa de educadores da Escola Municipal Olga da Silva, por meio do desenvolvimento do projeto interdisciplinar “Além do Ouro”, tem levado alunos a conhecerem um pouco desse universo e a refletirem sobre a condição humana.

O projeto busca deixar os alunos informados sobre a região na qual estão inseridos. Assim, possibilita novas experiências e reflexões sobre o papel deles como agentes de transformação do mundo, além de permitir a troca de conhecimentos entre as diversas áreas. O objeto de estudo é a famosa Serra Pelada, que vai resultar num curta metragem produzido e dirigido por alunos do 7º, 8º e 9º anos do ensino fundamental.

Filmado com as câmeras dos próprios celulares dos alunos e editado com programas semiprofissionais, o documentário “Além do Ouro” já está em fase final, com relatos dos moradores capturados durante algumas excursões pela vila. Segundo os produtores, o curta apresentará um pouco do que sobrou da região que outrora era símbolo de riqueza, retratando a problemática social atual e a vida dos garimpeiros a partir da visão dos próprios estudantes.

“A história de Serra Pelada é muito interessante e ao visitá-la pudemos observar o local, suas particularidades e como vivem atualmente as pessoas que lá permaneceram mesmo depois da exploração do ouro. É uma realidade triste, que merece atenção. Queremos que as pessoas conheçam melhor a história daquela vila e de seus moradores, a realidade deles”, relata o estudante do 9º ano Bruno da Silva Dutra, um dos produtores do filme.

A estudante Mayara do Nascimento, 8º ano, também participou das expedições e realizou entrevistas com os moradores. A jovem afirma ter ficado comovida com o modo de vida deles e com o sentimento nostálgico que circula por lá. “Fomos muito bem recebidos. O povo de lá é muito simples e quer contar suas histórias: como foi no passado e como é agora. Eu fiquei muito tocada e acho que outras pessoas também devem conhecer parte dessas histórias”.

Idealizadora do projeto, a professora de língua portuguesa Andrea Araújo avalia que este tipo de iniciativa “leva os alunos a expandirem os horizontes, a se envolverem de forma mais profunda, compromissada, conduz ao trabalho em equipe e cada um acaba contribuindo com seu melhor”. O desenvolvimento do trabalho, complementa a educadora, vai para muito além do universo escolar, interferindo diretamente na vida dos alunos. “Essa experiência passa a fazer parte da história de cada um. Tudo isso eles vão levar para o resto da vida”, conclui Andrea.

A professora acredita que o filme estará pronto para ser exibido em novembro deste ano, durante a Feira Interdisciplinar do Conhecimento, um evento realizado pela Secretaria Municipal de Educação (Semed), que envolve todas as escolas do ensino fundamental. Os alunos pretendem exibir o curta também em Serra Pelada. “Queremos que os protagonistas tenham acesso a essa produção”, diz Andrea Araújo.

INTERDISCIPLINARIDADE

Para colocar o projeto em prática, Andrea Araújo contou com o apoio dos professores das disciplinas de geografia, matemática, história, artes e o auxílio da direção e equipe pedagógica da escola. “Além do Ouro” tem levado os alunos a produzirem não só o documentário, mas textos, poemas, histórias em quadrinhos, músicas, além de outras produções específicas das demais áreas do conhecimento.

Segundo a professora de geografia Cristiane Garcês, durante as expedições organizadas pelo Centro de Educação Ambiental de Parauapebas (Ceap) os estudantes puderam também “explorar a percepção das paisagens, fazer análises e refletir sobre as questões ambientais”.

A coordenadora de Ciência dos 3º e 4º ciclos, Aglene Aguiar, relata a importância do trabalho interdisciplinar. “Esse trabalho reforça o que já vem sendo falado nas formações: a importância de se trabalhar de forma interdisciplinar, pois a troca de experiências e a partilha de saberes consolidam espaços de formação mútua. Os conteúdos interagem como forma de complementação”, ensina Aglene.

 

Texto: Messania Cardoso / Semed

Fotos: Messania Cardoso e arquivo da escola


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