Atos do 7 de setembro: entenda as razões da polêmica
- Nenhum comentário
- Sem categoria

Atos do 7 de setembro se tornou uma preocupação nacional. Veja:
Os atos de manifestação do 7 de setembro a favor do presidente Jair Bolsonaro se aproxima e preocupa estudiosos e políticos frente à possibilidade de um golpe administrativo. Confira abaixo as últimas notícias deste sábado, 4, do ato programado para feriado da Independência, na próxima terça, 7.
7 de setembro: entenda preocupação com golpe
Segundo o site O Povo, para os especialistas o cenário é preocupante, principalmente porque o ideal bolsonarista saiu das Forças Armadas para as corporações militares estaduais. A tensão em torno das manifestações é um reflexo do aumento de pesquisa na Internet. Termos “golpe 7 de setembro” disparou na busca do Google nos últimos dias, segundo o Google Trends.
Histórico político
Bolsonaro aposta que em 7 de setembro vai demonstrar sua força nas ruas, diferente do seu fracasso no desfile de blindados por Brasília em agosto.
Sua frente política faz as convocações diante da fragilidade do presidente, que tem feito investidas contra ministros do Supremo Tribunal Federal (STF). Recentemente, Bolsonaro pediu o impeachment de Alexandre de Moraes, rejeitado por Rodrigo Pacheco.
Nas mãos do centrão, com mais espaço no governo, Bolsonaro tenta engajar setores mais fiéis ao seu projeto num momento de valor simbólico para eles. A ação pretende apontar o Judiciário e o Legislativo como principais inimigos do presidente e responsáveis por sua inação.
Afastamento de militar
O governador de São Paulo (SP), João Doria, determinou na segunda-feira, 23, o afastamento do chefe do Comando de Policiamento do Interior-7 da PM de SP, coronel Aleksander Lacerda. A decisão foi tomada após publicações do oficial em rede social com críticas ao STF, estimulando “amigos” aderir às manifestações, se tornarem públicas.
Nas postagens, Aleksander afirma que Rodrigo Pacheco é “covarde”, que Doria é uma “cepa indiana” e que o deputado Rodrigo Maia, recém-nomeado secretário de Projetos e Ações Estratégicas de São Paulo, é beneficiário de esquema “mafioso”.
“No Estado de São Paulo nós não teremos manifestações de policiais militares na ativa de ordem política”, disse Doria
Recomendação do MP Militar
O Ministério Público Militar do Ceará enviou nessa quarta-feira, 25, recomendações aos comandantes-gerais da Polícia Militar e do Corpo de Bombeiros para serem adotadas. São medidas para “prevenir, perquirir e, se for o caso, fazer cessar, inclusive por meio da força” atos promovidos ou integrados por militares estaduais.
No documento, o órgão também orientou a instauração de procedimentos administrativos contra envolvidos na manifestação identificados. Segundo o promotor do texto, a segurança pública é dever do Estado, sendo confiada no âmbito estadual à Polícia e Bombeiros Militares, que devem atuar na preservação da ordem pública e da incolumidade das pessoas e do patrimônio.
A recomendação pondera ainda que “o ordenamento jurídico abomina a ação de grupos armados, quer sejam civis ou militares, que se reúnam com o fito de promover a ruptura da ordem constitucional vigente e do Estado Democrático, concebendo tais práticas como crimes inafiançáveis e imprescritíveis”.
Agenda de Fortaleza
A manifestação em Fortaleza prevê carreata, motociata e bicicleata com ponto de partida do entorno do estádio Castelão, segundo um dos organizadores do ato em apoio ao presidente. Aliados do mandatário projetam mobilização do feriado como uma demonstração massiva de apoio ao chefe do Executivo.
Veto de atos de opositores em SP
João Doria (PSDB), disse na quinta-feira, 26, que a Secretaria de Segurança Pública vetou a realização de protestos contra Bolsonaro no dia 7. A determinação valeria tanto para a capital quanto para outras cidades paulistas.
A coordenação da campanha nacional Fora Bolsonaro afirma que manterá o protesto no Vale do Anhangabaú, e que a mudança de data não está em discussão. Para os representantes de movimentos de esquerda, a realização de seu ato é uma questão de garantia constitucional. Porém, não há garantias de que a Polícia Militar garanta a segurança do ato contra o presidente, e dessa forma, os manifestantes podem ficar expostos à violência em eventuais confrontos com bolsonaristas.
Manifestação será “pacífica”, diz Bolsonaro
Bolsonaro afirmou na quinta que os atos devem ser “extremamente pacíficos” e alfinetou protestos da esquerda, que, segundo ele, depredam patrimônio.
Segundo o presidente, sua presença está garantida na Esplanada dos Ministérios, em Brasília, e na Avenida Paulista, em São Paulo. O Ministério da Defesa cancelou o desfile militar realizado anualmente devido os riscos de contaminação pela Covid-19.
Lira minimiza atos
Para o presidente da Câmara, deputado Arthur Lira (PP-AL), “não haverá nada no 7 de setembro”, disse, minimizando os atos convocados por bolsonaristas. Em evento promovido pela Federação Brasileira de Bancos (Febraban) nesta sexta-feira, 27, Lira disse:
“Pelo amor de Deus, não haverá nada no 7 de setembro”.
Não haverá golpe, diz Bolsonaro
Também nesta sexta, Bolsonaro rebateu que deva embarcar em um golpe de Estado. “Estão dizendo que quero dar golpe. São idiotas, já sou presidente”, declarou.
Novamente convocando simpatizantes para as manifestações marcadas para 7 de setembro, o presidente promete o discurso mais longo no ato da Avenida Paulista. Para Bolsonaro, os atos vão mostrar para o mundo “que o Brasil está sofrendo”.
“O que está em risco é o futuro de vocês e a minha vida física. Tem uma van ali para evitar o sniper [atirador]. É o tempo todo essa preocupação do que pode acontecer”, afirmou.
Veja também: Promotor pede monitoramento de militares do Pará durante feriado
O Povo