Correios enfrentam prejuízo histórico de R$ 3,2 bilhões em 2024

O presidente dos Correios, Fabiano Silva dos Santos, revelou que a “taxa das blusinhas” foi uma das principais responsáveis pelo prejuízo de R$ 2,2 bilhões enfrentado pela estatal em 2024. Essa taxa foi implementada para taxar compras internacionais abaixo dos US$ 50 dentro do regime Remessa Conforme. Além disso, o aumento da taxação para importações acima desse valor, que agora pagam uma taxa de 60%, agravou ainda mais as finanças dos Correios, resultando em um rombo histórico de R$ 3,2 bilhões no ano passado.

A crise financeira dos Correios começou a se intensificar após a aprovação de uma nova taxação, com a medida prejudicando principalmente o transporte de mercadorias internacionais. Apesar da estatal afirmar que é a principal responsável pelo transporte dessas importações, impactando diretamente seu caixa, cálculos mais conservadores apontam que o prejuízo real fica entre R$ 500 milhões e R$ 700 milhões.

Em 2021, quando as importações estavam no auge, a receita total com o transporte de mercadorias internacionais foi de R$ 1,5 bilhão. No entanto, com a queda das importações e o aumento da carga tributária, os Correios enfrentaram uma significativa perda de receita, o que aprofundou o prejuízo da empresa.

A administração dos Correios, no entanto, defende que a estatal tem se esforçado para garantir a sustentabilidade do negócio. Entre 2019 e 2021, a média anual de investimentos foi de R$ 345 milhões, mas esse valor estava aquém das necessidades da empresa. Já entre 2022 e 2024, os investimentos aumentaram significativamente, alcançando a média anual de R$ 750 milhões. A gestão atual assumiu a estatal com um prejuízo de quase R$ 1 bilhão deixado pela administração anterior, mas os esforços para reverter a situação ainda não garantiram a recuperação total.

Por outro lado, dados da Receita Federal indicam que, mesmo com a queda nas importações, a arrecadação de impostos aumentou em 40%. Esse aumento na carga tributária tem sido um ponto positivo para o governo, mas não foi suficiente para evitar o prejuízo histórico enfrentado pelos Correios.

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